domingo, 13 de junho de 2010

Revista Junk Nº45/10 - Tradução


Veja abaixo a tradução da revista Junk de Cingapura.


Uma existência Humanoid

Os Tokio Hotel contam-nos sobre o seu novo álbum. E David Hasselhoff.
O quarteto composto por Bill e Tom Kaulitz, Georg Listing e Gustav Schäfer pode ter apenas, uma média de 20 anos, mas eles já tocam por toda a Alemanha há uns aproximados 10 anos e encontraram o estrelato mundial com o lançamento do seu primeiro álbum em inglês, Scream. Agora, armados com o seu quinto álbum de estúdio, Humanoid, os Tokio Hotel colocaram na mira, nada mais nada menos, do que no domínio total do pop.

Na verdade, a escolha do nome do álbum conta a história de um grupo de jovens rapazes que passaram grande parte da sua juventude tocando em palcos para um mar de rostos e perseguidos por todo o lado por fãs obcecados – um grupo de jovens rapazes que não podem entrar num centro comercial, ou estar parados no passeio sem que sejam reconhecidos. Lendo as letras e os nomes das músicas como, “Human Connect to Human”, “Humanoid” e “World Behind My Wall” revela-se um desejo, quase uma necessidade, de estar em contato com outras pessoas – algo que, devido à sua fama, Bill Kaulitz só pode fazer até um certo ponto. Ele sublinha, “Humanoid sempre foi um sentimento que eu e o Tom tinhamos…na nossa infância, nos sentimos um pouco Humanoids – como extraterrestres do quarto planeta, ou qualquer coisa assim do gênero, e por vezes, ainda nos sentimos assim.”
Mas o que é na verdade, Humanoid? Algo que parece humano, mas na verdade apenas se assemelha ao humano, uma condição que se aplica maioritariamente aos robôs. Mas então é um humano, que se quer sentir humano e não consegue? É a questão oculta por trás das letras de Kaulitz: “Como me posso ligar a você?” é na verdade uma questão muito pertinente. Em toda a banda, apenas Georg está numa relação, enquanto os outros permanecem solteiros. Como Tom explica,“Uma vez que escolhe essa vida, deixa tudo para trás.” Para eles, não há mais nada sem ser os Tokio Hotel. Não há segundos planos, nenhum projeto paralelo, não há volta a dar.

Mas ao mesmo tempo, os Tokio Hotel parecem ter criado, aquele que pode ser o arquetipo do que será o adolescente tipo nos próximos anos – uma pitada de sexualidade, um terço de procura de alma, um pouco de relacionamentos dramáticos, embrulhados em refrões que ecoam em recintos lotados. É muito mais ambicioso do que o temperamental Scream, com uma grandiosidade típica de U2 em músicas como “World Behind My Wall”. “Queriamos ter um som mais amplo, como se fosse a trilha sonora das nossas vidas,” diz Bill do novo álbum.
No entanto, há uma humanidade distinta nos Tokio Hotel, evidente enquanto riem relativamente à maior exportação do seu país (Rammstein) e quando tiram sarro do baixista Georg, devido à sua alegada adoração pela antiga estrela de Baywatch, David Hasselhoff enquanto ele aplaude o seu desespero ao que deve ser uma piada privada recorrente. É esta humanidade que eles trazem para o palco mais tarde nessa noite, aproveitando a adoração da sua audiência gritante. Enquanto Bill promete o sua volta em breve, torna-se claro que eles estão nisso para ficar. Como Tom diz, “Para nós conseguirmos fazer tudo aquilo que temos planejado, precisavamos de mais uns 30 ou 40 anos.” O que têm eles em mente para esta existência humanoid, é no entanto a pergunta que permanece na ponta da língua de toda a gente.

Concerto TM Connects
Através da monção é o mais correto para estes fãs.
1 de Maio @ Central Park Avenue, 1 Utama, Petaling Jaya

Tokio Hotel. Um nome que é odiado, gozado, amado e adorado, tudo ao mesmo tempo. Enquanto muitos delatores subestimavam o look e a voz efeminada de Bill Kaulitz, para os cerca de 500 fãs que se apertaram no recinto (e mais umas centenas que esperavam fora), os Tokio Hotel apresentaram um concerto que foi caloroso, poderoso e envolvente.
Os fãs mais hardcore começaram a formar fila às 9:30 da manhã, esperando conseguir a melhor visão da banda, uma altura do dia em que o sol tinha acabado de subir e estava sobre as cabeças de todos. Para piorar as coisas, com o cair da noite, começaram a cair as chuvas esporádicas no 1 Centro Comercial Utama, onde seria o show. Ainda assim, eles perseveraram e os portões abriram ao som dos Pop Shuvit, que conseguiram aquecer as pessoas com o seu rap-rock. No entanto, algo não parecia estar bem quando o guitarrista JD começou a afinar a sua guitarra no meio de uma música…com a guitarra ainda ligada aos amplificadores. Terminando com o sucesso Marabahaya, os Pop Shuvit deram lugar a Bunkface, que estavam lançando seu novíssimo álbum, Phobia Phoney.
Então, por fim, uma pulsação nos monitores, e a audiência foi à loucura na ânsia do aparecimento de Bill e Tom Kaulitz, Gustav Schäfer e Georg Listing. Com a bateria perfeitamente afinada, as guitarras e o baixo em posição, apareceram em palco, a pequena crista permanecia orgulhosa na noite húmida da Malásia. Correndo uma variedade de músicas, antigas e novas, incluindo singles como “World Behind My Wall”, “Automatic”, “Ready, Set, Go”, “Human Connect To Human”, e “Pain of Love”, os Tokio Hotel foram impecáveis na entrega, com tudo nítido e claro. Mas o ponto alto da noite pertenceu a Bill, que trouxe o seu arsenal de movimentos e falsetes de grande efeito. De fato,várias meninas proclamaram a plenos pulmões que o Bill tinha olhado para elas.
Fechando a noite com uma pesada atuação a nível emocional de “Monsoon”, os Tokio Hotel estiveram claramente acima das expectativas – é música que cada jovem consegue identificar, letras que dão aos seus punhos adolescentes algo porque se erguer, e tendo em conta que prometeram um rápido regresso, a esperança nos olhos dos fãs dizia tudo. Faça chuva, faça Sol, eles estarão lá novamente, esperando.

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