Eles são sérios
Aqueles que pensam que os Tokio Hotel são apenas um “bando de crianças” deveria pesquisar um pouco mais no YouTube e ver as atuações ao vivo desta jovem banda alemã.
Claro, estamos aqui falando de uma geração adolescente, mas as suas atuações estão ao nível da mais famosa banda de rock que anda por aí. A maturidade dos irmãos Kaulitz é a maior prova disso. Os ouvimos quando foram convidados para o festival de San Remo.
Vamos começar com uma questão muito direta. Queremos uma resposta honesta: vocês dão-se bem uns com os outros? São amigos?
Bill: Claro! Às vezes discutimos, mas na maior parte do tempo nos damos bem por nos conhecemos, muito, muito bem, e já tocamos juntos há quase 10 anos. Tudo se baseia nisso: se não formos amigos, não podemos tocar na mesma banda. E nós somos.
De acordo com as suas biografias, vocês começaram a fazer música muito cedo. Eu li que começaram a escrever músicas com 7 anos. Como é que a sua família os influenciou na decisão de se tornarem músicos?
Bill: O nosso padrasto teve um papel decisivo na nossa educação musical, uma vez que ele é guitarrista.
Tom: Sim, foi ele que comprou a minha primeira guitarra e que me ensinou a tocar, no início. E além disso, o nosso primeiro material foi gravado com ele. Ele foi o nosso impulsionador.
Podem nos dar mais informações sobre as suas influências musicais? Alguns críticos acreditam que há muito de Metallica ou seja, que alguma coisa da sua música tem muitas coisas em comum com James Hetfield e Companhia…
Bill: Não acho que isso seja verdade, porque todos temos gostos musicais diferentes, não há um artista ou uma banda da qual gostemos todos. O Gustav (Schäfer, baterista) adora Metallica, mas todos ouvimos tipos diferentes de música; não há um ídolo que inspire todos nós. Por isso, eu acho que a música do Tokio Hotel é o resultado de uma mistura de muitas coisas diferentes.
Não dariam um rótulo particular, em termos musicais, à sua banda?
Bill: Não, não gostamos de colocar o Tokio Hotel em um campo musical específico. Além disso, o novo álbum é diferente do anterior: contém músicas mais rock, mas também muita eletrônica. Logo não poderíamos nos integrar em uma única categoria.
Tom: Outra das razões vem do fato de surgirem novos aspectos todos os dias. Perguntam-nos constantemente onde nos enquadramos, se neste, ou no noutro campo musical; eu diria que a nossa categoria se chama “Tokio Hotel”.
Uma categoria que reune centenas e milhares de fãs… Por falar nisso, sei que estiveram envolvidos em alguns incidentes devido ao fato de serem perseguidos pela sua audiência feminina. Também se encontram no meio de uma processo legal com uma dessas menina. Têm medo? Os seus guarda-costas andam sempre com vocês?
Bill: Até agora, temos estado sempre rodeados por guarda-costas, já há cinco anos, mas não na nossa vida privada.
Tom: E com isto, não quero que me interpretem mal, não temos medo das nossas fãs, gostamos de as conhecer. Gostamos de falar com elas.
Bill: Claro, adoramos os nossos fãs, são o mais importante para nós. Bem, esse incidente diz respeito a uma stalker, não a uma fã, mas não pode estar constantemente rodeado de guarda-costas apenas por um incidente, desde que nada de grave aconteça.
E falando de acontecimentos ruins, Bill, em 2008 foi submetido a uma cirurgia para remover um quisto das suas cordas vocais. Por isso foram forçados a cancelar alguns shows na Europa e toda a turnê nos EUA que estava marcada para esse ano. Como foi essa experiência? E como se sente agora?
Bill: Foram momentos difíceis para mim, mas depois voltei a palco e atuei em um monte de shows. E ainda há muitos mais para fazer. Agora está tudo bem. É óbvio que quando se passa por uma experiência dessas, não é fácil de esquecer. Mas agora já ando mais relaxado e em geral me divirto bastante, adoro andar em turnê e tento não pensar mais nisso.
Bill, Karl Lagerfeld descreveu-te como sendo um ícone da moda, enquanto Michael Michalsky afirma que você é a personificação da arte popular. Até há uma figura tua no Madame Tussaud em Berlim. Como é que se sente, sendo tão famoso, com apenas 20 anos?
Bill: Sabe, às vezes me pego pensando nisso e parece tudo muito estranho, muito louco. Às vezes eu me esqueço disso, mas depois as pessoas aproximam-se de mim e me fazem lembrar. Eu admito que ter uma figura minha no Madame Tussaud é um pouco perturbador. No entanto, é verdadeiramente espantoso e tenho muito orgulho disso. Eu fico feliz por poder viver a minha vida desta forma porque adoro fazer música e estar em palco. Não há dúvidas de que é uma maravilha e eu gosto muito disso.
O teu estilo andrógino já deu origem a muitos rumores sobre a tua alegada homossexualidade. Você sempre nega, mas qual é, em geral, a tua opinião sobre a sexualidade?
Bill: Eu não me importo. Quer dizer, eu respeito a sexualidade das outras pessoas. Qualquer pessoa é livre para fazer aquilo que quer, porque eu acho que no final tudo se resume ao amor e eu, pessoalmente, acredito no verdadeiro amor. Eu acho que, quando ama realmente alguém, deve simplesmente poder amar essa pessoa e ser feliz.
De volta à música: para o seu novo álbum, Humanoid, juntaram-se a produtores novos: Guy Chambers, The Matrix e Desmond Child. Uma vez que sempre trabalharam com a bem sucedida equipe de produtores, Peter Hoffman, David Jost, Pat Benzer e Dave Roth, como foi trabalhar com os outros?
Bill: É verdade, trabalhamos com os mesmos produtores há 7 anos, o que é bom porque nos conhecemos muito bem e somos como uma grande família – o que é fundamental para trabalhar bem em equipe. No entanto, para o Humanoid queríamos fazer algo novo, por isso tentamos nos juntar com outras pessoas. Queriamos um novo fôlego para o novo álbum.
A sua nova turnê europeia durará aproximadamente dois meses. Acho que é difícil estar longe de casa durante tanto tempo.
Bill: Mesmo que estejamos habituados a isso, acho que é sempre difícil para nós – especialmente para o Georg (Listing, baixista) que tem namorada. Para nós nem sempre é fácil viajar durante tanto tempo. Mas no geral até gostamos. Viajamos em dois ônibus e todos têm o seu espaço, e até o seu próprio quarto!
Tom: Na verdade, sente falta da sua cama, daquela que tem em casa, porque está dormindo durante três ou quatro meses em um ônibus, o que é, afinal de contas, apenas um ônibus!
Bill: Bem, com certeza é um grande período de tempo e às vezes é difícil, mas, no entanto, é uma experiência fabulosa.
É verdade que viajam com os seus cães? Eles fazem parte do seu novo espetáculo?
Bill: Não, não fazem (risos). Eles às vezes viajam com a gente, é verdade, e outras vezes os deixamos em casa, onde os nossos pais tomam conta deles. Tentamos tê-los junto de nós, porque os adoramos e eles são parte da nossa família. Infelizmente, nem sempre é possível.
Podem nos contar algo sobre o design do palco?
Bill: Temos o nosso próprio palco pela primeira vez, e é muito bom. Acabamos de voltar de Londres, onde o vimos completamente composto. Temos que agradecer à Misty Buckley, que desenhou e criou; é uma pessoa muito simpática e gostamos muito de trabalhar com ela. Em Londres também nos reunimos com Dean e Dan, os gêmeos canadenses da marca DSquared2, com os quais colaboramos na criação das nossas roupas loucas para a Humanoid City Tour. Temos a nossa cidade futurista, a Humanoid City. Esta é a maior produção do Tokio Hotel e é fabulosa.
Antes de entrar no palco estão nervosos. Há algum ritual que façam antes do show?
Bill: Eu fico muito nervoso antes de cada show. Eu acho que o Tokio Hotel é a banda mais nervosa de todo o mundo. Mas quando estamos no palco, as coisas correm bem e tudo está ok. Fazemos a nossa música e divertimo-nos. Depois da primeira música, tudo fica bem.
Tom: Honestamente, a coisa mais importante antes de cada show é o Georg “fazer o seu serviço” no banheiro. Depois disso sabemos que vai correr tudo bem.
Contem-nos alguma coisa sobre a setlist. Vão cantar apenas em Inglês ou também em Alemão? Todas as músicas fazem parte do novo álbum ou vão haver algumas canções antigas?
Bill: Vamos tocar muitas músicas, mas a maior parte delas são músicas do nosso último álbum, Humanoid. Também tocaremos algumas antigas, mas queremos mesmo entrar em turnê com as nossas novas músicas, porque já tocamos as antigas há muito tempo… Quanto à língua, será nas duas: cada noite teremos uma setlist ou inglesa, ou alemã – e isso significa muito trabalho para mim
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